Guilherme Bergamini

Feminicídio
(2015)

A taxa de feminicídio no Brasil é a quinta maior do mundo.
Somente no primeiro semestre de 2020, 648 mulheres foram assassinadas por motivações relacionadas ao gênero. Em 90% dos casos registrados, os assassinos foram maridos, ex-maridos ou ex-companheiros — pessoas que tinham uma relação próxima com a vítima.
Os dados do Mapa da Violência de 2020 revelam que uma mulher foi assassinada no Brasil a cada duas horas, totalizando 4.519 vítimas.
Esses assassinatos, motivados pelo fato de a vítima ser mulher, são classificados como feminicídio. No país, a Lei nº 13.104/15 incluiu esse termo no artigo 121 do Código Penal Brasileiro.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de assassinatos atinge 4,8 para cada 100.000 mulheres.
O Mapa da Violência de 2015 aponta que, entre 1980 e 2013, 106.093 pessoas morreram por causa de sua condição de mulher.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, publicado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entre os anos de 2016 e 2018, mais de 3,2 mil mulheres foram assassinadas no país. Além disso, uma estimativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) indica que, no mesmo período, mais de 3 mil casos de feminicídio não foram notificados.
De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra),
apenas em 2017 foram contabilizados 179 assassinatos de travestis ou transexuais.
Isso significa que, a cada 48 horas, uma pessoa trans é assassinada no Brasil, o que coloca o país no topo da lista de nações com mais registros de homicídios de pessoas trans.

Esse trabalho é um grito.
Um grito contra a violência que silencia, contra a cultura machista que corrói, contra a misoginia naturalizada.
É um chamado à consciência e à ação.
A forma como as coisas estão é insustentável.
Não basta indignação — precisamos de leis mais severas, de proteção real, de mudança estrutural.
Porque nenhuma sociedade se sustenta sobre a dor de suas mulheres.