Reavivar
(2020)
Em tempos de isolamento social e mudanças repentinas em nossa rotina é necessário nos reinventarmos.
Cada dia é um novo desafio, sem perspectivas de mudanças a curto prazo. No momento peculiar que passa o Brasil em sua insanidade política não consigo encontrar uma saída eficaz, me abstraio.
As escolas fechadas e a energia pulsante da infância me fazem dedicar e rememorar os últimos quatro anos de convivência com minha filha.
Desenhos feitos pela Malu e fotografias feitas dela.
Como se o centro das atenções fosse a Malu, e é.
Deixo sempre à sua disposição pincéis, tintas, lápis de cor e giz de cera.
Um recorte de seus desenhos, dos dois aos quatro anos, formei dípticos de suas obras, com fotografias de viagens que nos propusemos a fazer.
Uma experiência única de entrega e amadurecimento.
Nesses bons anos dedicados à fotografia a única pessoa que me fez deixar a câmera por um tempo foi ela.
Desde os seus 25 dias de vida já a levei para conhecer um pouquinho da natureza.
Daí em diante, quando possível, pegamos o Celtinha e partimos pelas estradas.
De cachoeiras que fomos, foram muitas, aquela vontade de estar sempre em contato com a água, um amor desde criança. Seja em água doce ou salgada. Eu buscando estimulá-la, ela me estimulando.
Uma vivência que não consigo expressar com palavras, proponho com suas obras e minhas fotografias, contar essa história.